PENTAGRAMATON
Criado para resgatar o tradicional Black Metal, na região de Dourados/MS, sua demo procura atingir e profanar a moral cristã. M. Rex Phallus (vocal) apresenta sua ideologia, confira!
Comando Metal Zine – Como
surgiu a idéia de montar o Pentagramaton e qual a proposta que a banda quer
passar ao público?
M. Rex Phallus – (Pro Mou
Iugues) A pútrida Pentagramaton nasce em
2005 com a única e sincera tentativa de exaltar os já corrompidos espíritos
de Espectro AgamenomWar 666, Destructor Necrófago e M. Rex Phallus. Como a
verdade de um Oráculo, essa força nos tomou de tal forma que se tornou
intolerável fugirmos desse abate iminente. Em 2006, isso ficou mais perceptível,
quando por uma forma onírica recebi o chamado. Vendo a análise e interpretação
dos sonhos, como uma verdadeira linguagem com os Deuses do abismo, se preferir
inconsciente, lançamos nesse mesmo ano, necessariamente dia 06.06.06 a fita
promocional com a musick “Opereta de Nuctemeron (A Luz do Ocultismo)”, com
distribuição limitada apenas aos soldados da nova inquisição. Nossa proposta
desde então, delimitou-se a plantar sementes, incitar a Guerra e cobrir almas
com o vasto manto dos Ídolos
Comando Metal Zine -
Porque vocês colocaram a Introdução do Filme Nosferatu, da década de 1920?
M. Rex Phallus – (Opiso Mou Teletarcai) A magia negra está tão latente em nós que nos consome por completo. A musick não é a única ilustração que temos desse legado de fogo, ao contrário, isso é observável em uma dimensão monumental em nossaexistência. A literatura, filmes, outras artes e escolhas pessoais evidenciam claramente nossa relação com a transcendência. O prólogo de nossa obra, batizado por nós como Igni Natura Renovatur Integra (I.N.R.I.), do filme, enfoca essa situação como algo crescente e tomando forma. Podemos ouvir algo se aproximando, mas só percebemos a dimensão da bestialidade no soar do primeiro riff de guitarra. É interessante observarmos também, que Nosferatu é um filme que de maneira bastante sutil, foge do romantismo apresentado por outros filmes de Drácula, ressaltando também a questão da Peste Negra. Sem contar, é claro, com o valor simbólico de um ser possuído pelas trevas, sedento por sangue e com aversão a religião. Coincidência?
Comando Metal Zine – A primeira demo do Pentagramaton tem apenas introdução e mais duas músicas, sendo que uma é cover do Beherit. A banda já tem composições novas?
M. Rex Phallus – (Ipi Dexia Synoceis) Como diziam os antigos guerreiros Xinto: “A erva daninha da covardia” não nos abateu. A Besta nasceu e agora anda, fazendo com que a Pentagramaton caminhe ao seu lado. O que muitos não conseguem compreender são os ritos que se fazem necessários nos processos de composição.
A influência da Lua, os
transes e intensas manobras dos Deuses nos impedem de realizar feitos
desenfreados e passíveis de legitimidade, forçando assim, um trabalho mais
brando com relação ao tempo. Como havia dito, a Pentagramaton vem com a
intenção maior de enaltecer nossos espíritos. As obras que, por ventura, surgem
dessas fúnebres celebrações são conseqüências.
Comando Metal Zine – O Pentagramaton pensa em compor em inglês ou somente em português?
M. Rex Phallus – (Epariste Daimones) Seguir o rebanho e morrer sem resistência é característica do cordeiro. Apesar de determinado domínio com a língua inglesa, bandas que não entoam seus hinos com a língua mãe, me denotam certa incompreensão. A língua como o sangue, elucidam sua nação, como outras particularidades que levamos para o túmulo. Talvez o latim, como uma herança primordial se faz presente em nossos petardos, porém se analisarmos a história e fluência do Português, verificamos a rispidez e maldição que ela conota. Poderia um exército ser comandado com uma língua que não seja a própria?
Comando Metal Zine - Quais as bandas de Black Metal que você curte e que te influenciaram?
M. Rex Phallus – (Flegei Gar Peri Mou O Ashtr Ton Pente) Pessoalmente sempre considerei Metal Negro toda forma de musick que evocam mitos e encantos por excelência. A idéia de rótulos subjuga e delimita o som, porém faz-se necessário na compreensão do mesmo. Apesar de estudioso e colecionar de discos (“sei que nada sei”), costumo dizer que sempre voltamos ao berço, ouvindo os antigos clássicos. Acho que falo por todos na imunda Pentagramaton, quando cito imoralidades como Sarcófago, Goatpenis, Mystifier, Amen Corner ou Impurity, por exemplo. No entanto, é incontestável o apelo que certos estilos possuem em cada um dos integrantes dessa obscura mandala que criamos. Destructor Necrófago é um saudosista amante do Thrash Metal de raiz, sendo Espectro AgamenomWar 666 um verdadeiro entusiasta de canções de guerra que vangloriam sua convicção ideológica-política.
Comando Metal Zine - O que você acha sobre essa onda de bandas que usam o “corpse paint”?
M. Rex Phallus – (Kai En Thi Sthlhi) Fica impossível remeter a questão da pintura corporal sem me ater a Sombra e Persona do teatro grego ou adornos faciais usados pelos mais diversos guerreiros, das mais diversas regiões do planeta. Ela funciona como mais um instrumento na expressão de sentimentos e com o Metal Negro não é diferente. Verificamos que mais uma vez, nossa pátria mostrou-se pioneira no uso desse artifício na musick, porém com uma conotação extremamente pessoal e mórbida, o culto à morte, pois como vemos no livro de jeohvá, já está morto aquele que não segue sua palavra.
Comando Metal Zine - Quando iremos ver o Pentagramaton ao vivo?
M.
Rex Phallus – (O Asthr Ton Ex Esthke) Quando “Ele” permitir! A Pentagramaton é
um objeto “Dele” na Terra e sua dádiva sobre nós tem sido generosa e
gratificante. Seria desleal e hipócrita conosco, celebrar ao lado daqueles que
não partilham do fervor ao pentagrama. Esse se tornou um empecilho para
tocarmos ao vivo, pois dificilmente aceitamos a presença do violado nazareno ao
nosso lado em um palco, por exemplo. Não estamos aqui por reconhecimento,
mulheres e álcool barato; nos permitimos esses prazeres sem usurpar do nome da
nossa banda.
Comando Metal Zine - Você
curte Metal a mais de uma década, o que acha que falta para a cena do Mato
Grosso do Sul,
M. Rex Phallus – (Apo Pantoz Kakodaimonos) O que dizer da terra onde nasci e em breve serei enterrado? Minha relação com o Mato Grosso do Sul, e principalmente Dourados, é tão estreita que compromete qualquer coisa que possa falar. Sua aura alimenta e destrói, fazendo acreditar que aqui é um lugar especial, o perfeito purgatório. Temos uma atmosfera aparentemente pacata e campesina, reforçando uma cultura, de certa forma, antiquada. O que seria melhor para a prática de meditação e feitos de necromancia? Muitos em nossa cidade, essencialmente os mais jovens, têm dificuldades em perceber valores e qualidades, eventualmente afetando também o que alguns chamam de “cena”. O eterno discurso cristão de união que fazem as bandas, é fruto de uma incapacidade de perceber que antes de nos unirmos, precisamos ter elementos para tal. Os ditos bangers daqui sempre acharam melhor ouvir covers em shows ou entrar de graça nos poucos eventos que ocorrem (risos). Isso é hilário!! Existe um processo gradativo e de etapas que muitos insistem em atropelar, fazendo cada vez mais acreditar na máxima: “O forte é mais forte sozinho”. Como um presente da serpente, ainda podemos observar soldados carniceiros de bandas excelentes como: Domínio da Escuridão, Coró de Cova, Extermínio, Fallen, Profane Souls, Aggression, Espectros Quasar, Desejo Impuro, Alcoholic Death, etc.
Comando Metal Zine - E
sua outra banda, o Acrópole, sai no primeiro semestre de
M. Rex Phallus – Infelizmente, não. O poderio beligerante da Acrópole se fortificou, mas o inimigo é astuto. Apesar de estarmos com conjurações, hinos e cânticos prontos, esbarramos nas dificuldades e limitações enfrentadas pela grande maioria.
Comando Metal Zine – Bom, meu amigo, eu agradeço a entrevista e para finalizar, como sempre o espaço é seu.
M. Rex Phallus – Ventos de peste para ti, irmão de batalhas. Agradeço imensamente, a maligna oportunidade. Oremos:
“A Vós invoco, ó Não Nascido.
A Vós, que criastes a Terra
e os Céus.
A Vós, que criastes as Trevas e o Dia.
A Vós, que criastes as
Trevas e a Luz.
Vós sois Ra Hoor Khuit, Eu
Mesmo feito perfeito, a quem nenhum homem jamais viu.
Vós sois Ia-Besz, a verdade
na Matéria.
Vós sois Ia-Apophrasz, a
verdade em Movimento.
Vós distinguistes o Justo do
Injusto.
Vós fizestes a Fêmea e o
Macho.
Vós produzistes as Sementes
e a Fruta. Vós forjastes os Homens para amarem uns aos outros, e para odiarem
uns aos outros.
Sou Vosso Profeta, a quem
Vós confiastes Vossos Mistérios, as Cerimônias de Thelema. Ouvi-me, pois sou o
Anjo de Nu, O Anjo de Had, o Anjo de Ra-Hoor-Khu: Esses são Vossos Verdadeiros
nomes, entregues aos Profetas de Thelema .”
(Invocação egípcia, adaptada
pelo Frater Perdurabo)
Amem.
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