quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

AGGRESSIVE EXTERMINATION FEST 18-01-2025 PEDRO JUAN CABALLERO - PARAGUAY

 Somente a morte real!

Se quisermos algo para ilustrar tal sentença, AGGRESION e EXTERMÍNIO o fizeram na noite de 18 de janeiro de 2025 decretando suas bélicas e místicas formas de música no Paraguai.


Pedro Juan Caballero é uma turística cidade fazendo fronteira seca com o Brasil. Basta atravessar uma rua sem alfândega ou maiores preocupações para estar em outro país. Região marcada pela cultura Guarani, palco de uma das maiores guerras da nossa história. Atualmente nos oferece cassinos, um comércio de importados incomparável e tradições coroadas pela hospitalidade típica tão abundante quanto a violência nos rios de sangue que dali brotam.  E aqui entra, AGGRESSIVE EXTERMINATION FEST, proporcionado por essa cidade única!


O local, Temple of Malignant Goat é a nova sede de  bandas como Escafandro e Trozator. Ambiente Underground, estrategicamente escondido no centro da cidade, próximo a vida noturna e jogos de azar dos cassinos. Estando à 500 metros do Brasil, vimos o público cativo e fiel da fronteira aparecendo na hora marcada e alguns bangers de outras cidades de ambos os países. 

A visível preocupação com estrutura e principalmente equipamento, tem caracterizado as últimas apresentações por lá.  Cerveja gelada vendida e oportunidade de dar bons tragos na área ventilada do lugar, fizeram o atraso ser esquecido por apresentações digamos, avassaladoras e Satânicas! 

 

Extermínio, se anuncia com o visual, postura e backdrop que remetem muito conflitos mundiais, brigas de rua ou bandas 80s clássicas como Holocausto, Lobotomia, Bulldozer com Death Strike...

O início, com a faixa Psicótico Tormento do álbum Alcatéia Macabra, inaugurou o pedido de socorro dos amplificadores e o que presenciou-se era uma bestialidade não só de aparência mas principalmente sonora,  na primeira vez tocando com essa formação reforçada por mais uma guitarra. Querendo ou não, fazendo muita diferença.  Era um misto de repugnância e o grotesco, espelidos pelos vocais da cabeça sem rosto de Rafael Destruidor Necrófago.

O repertório foi ignorantemente munido pelas composições do aguardado disco novo, sem deixar de lado músicas esperadas como Cabeças Irão Rolar fechando um set (im)pecável de forma seminal.  

Mesmo acompanhando essas bandas desde seus nascimentos, garanto que muitos dos presentes se mostraram tão surpresos quanto eu na evolução técnica exemplificada de forma tão enxuta quanto selvagem. Otávio Night Vomit, sem dúvidas roubou a cena, não só vomitando durante todo o evento, mas (brincadeiras à parte) fazendo a bateria chorar sangue com viradas indiscutivelmente inspiradas por Lombardo, Sandoval, pratos alá Absu e Deicide e contornos tipicamente sul-americanos no que parecia um tanque disparando insalubridade com rítmicas rajadas de metranca.

Extermínio foi uma escolha de precisão cirúrgica feita pelos produtores e claro, a furiosa AGGRESION. Agora, tirem as crianças da sala!!

Quem conhece os rituais/shows da AGGRESION ou seus integrantes, provavelmente sabe a seriedade ideológica e comprometimento musical envolto num clima de hostilidade e tensão por onde passam. É sem dúvidas, a banda mais influente do Mato Grosso do Sul ao lado dos já consagrados Desejo Impuro ou Profane Souls. Conhecida pelas aptidões instrumentais e forma combatente e intelectualizada que ornam seus trabalhos e cerimônias. Nessa noite,  brindou-se a gritos energéticos e cabeças batendo, o lançamento de COVIL DE FERAS. Terceiro álbum do trio desses raros maníacos indendipartários. Bombardeado com a produção analógica e composições reforçando porque são uma bússola do metal pantaneiro. His majesty at the swamp...

A guitarra regida pelo fora do comum Adriano Caverna, faz valer a pena ter saído de casa ou caixão. O vocalista/baixista Eduardo Sparrenberger, também não estava para brincadeira, fazendo um Fender Bass rugir fogo e vocais que hora lembravam  Enslaved e Destruction; hora um cão raivoso lançando diabólicos verbos. Salientando destreza entre passagens Trash,  Death ou Black Metal 80s, 90s de forma única e dinâmica  (mesmo faltando um pouco mais de volume para o público). 

Diabolic Thunder Triunvirato!  

Viu-se apenas três pessoas tocarem como orquestra macabra. Legiões!  Velocidade da luz, sem soar somente técnica, porém primal. Evidênciado pela bateria precisa e ultra potente do cada dia mais extremo, Felipe TerrorDeath. Destando faixas como  Abraxas de Uval e Satanic Sabbath do primeiro álbum. Arqueiros e Revoada das Bruxas do disco de mesmo nome e as novíssimas Covil de Feras e Fantasmas das Cavernas que forçaram a banda tocar além do esperado para atender o coro dos presentes por bis. 

Em Marcha da Destruição, composição inicial da primeira demotape, Murmúrios Blasfêmicos de 17 anos atrás, vimos Rafael do Extermínio convidado para vocal. Não deixando dúvidas sobre a vontade de potência em mais uma noite inesquecível da fronteira. Palco de shows terríveis (de bons) como Anal Vomit, Glorification,  Wisdom ou Infaustes...

Portanto, evento pútrido e inacreditável! Ministrado por uma produção visivelmente caminhando para o lado favorável do profissionalismo e bandas de alto calibre despejando chumbo nos ouvintes que observam novas formas de radicalismo serem projetadas. Consequentemente trazendo para o apocalipse: trilhas, canções, mantras ou hinos com formas muito pretensiosas, violentas e técnicas de afirmação Deathrash ou Black/Death que....

Only Death is Real

REXPHALLUS



 





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