sexta-feira, 14 de setembro de 2012

S.O.H. (CE)


 ENJOY YOUR LIFE AND GRIND!!!

Comando Metal Zine – Primeiramente agradecer pela entrevista, George Frizzo baixo e vocal, Bruno Gabai vocal e guitarra  faziam parte da Banda Insanity Death/Thrash Metal Metal, como decidiram formar o S.O.H. banda Grindcore?
Bruno Gabai – Na verdade,  gente sempre curtiu Grindcore. Em 1997, a cena Hardcore estava tomada por bandas de “Poppy Punk” (tipo Green Day, Offspring..) e de “Rapcore” (Biohazard, Madball e cia.), mas não se ouvia mais aquele bom e velho Hardcore extremo, rápido, com músicas de menos de um minuto, como os clássicos D.R.I., Cryptic Slaughter, Olho Seco, Raw Power entre outros. Muito menos se ouvia falar em Grindcore, pois até mesmo os mestres do estilo, o Napalm Death, havia pisado no freio e estava fazendo um som mais trampado . Daí, eu resolvi montar um projeto paralelo ao Insanity, fazendo vocal e guitarra (eu era baterista na época) que fosse o mais extremo possível, resgatando o velho Grindcore justamente para chocar e, ao mesmo tempo, reapresentar o estilo à molecada que mal conhecia. Juntei-me ao Amaudson Ximenes (gutarrista da Obskure) que também é fã de Grind desde sempre e montamos o Siege of Hate. O George somente entrou na banda dois anos depois (1999), mas ele sempre vinha acompanhando o S.O.H.. Como a gente já tocava junto no Insanity, quando surgiu a vaga, o convite pra assumir o baixo foi natural. 
EUROPA TOUR
Comando Metal Zine – Porque a escolha do nome Siege of Hate?
BG – Eu bolei alguns nomes que tivessem a ver com a proposta da banda, algo realmente de ódio, repulsa, revolta contra tudo – corrupção, guerras, tirania, manipulação da mídia, modinhas musicais e toda a merda que vemos no mundo afora. E desses nomes, Siege of Hate (inspirado em parte na música “Siege of Power” do Napalm Death) foi o que melhor se encaixou na proposta. Também o escolhemos por ser um nome que forma uma sigla (S.O.H.), justamente fazendo referência a grandes bandas do estilo (D.R.I., S.O.D., S.O.B, R.D.P., etc).
 
Comando Metal Zine – No primeiro álbum do S.O.H. Subversive By Nature de 2003 vocês gravaram um cover No Religion do D.R.I. qual foi o motivo da escolha dessa música? 

BG – Eu sou grande fã do D.R.I. desde 1988. O George também. Aliás a fase Crossover do D.R.I. era uma grande influência da Insanity no início da banda. E o Ricarte Neto (ex- guitarra e 2º vocal do S.O.H.) também era fã da banda. Sempre gostamos de tocar covers de bandas antigas nos shows do S.O.H. (inclusive na demo tem 04). Quando fomos gravar o 1º CD, veio a idéia de incluirmos um cover de uma banda que significasse muito para nós e que não fosse muito óbvia (como seria Napalm Death ou Extreme Noise Terror, por exemplo). Lembramos do D.R.I. (maior banda da Hardcore do mundo na minha opinião) que andava meio sumido. Escolhemos a música “No Religion” porque é uma das nossas favoritas do álbum “Crossover” (talvez um dos álbuns mais importantes da história da união Metal + Hardcore, junto com “Speak English or Die” do S.O.D.) e é um protesto contra as religiões que tem muito a ver com o que pensamos sobre o tema. Daí, entramos em contato por e-mail com o Spike Cassidy (D.R.I.) para solicitar autorização e ele liberou sem problemas.
Comando Metal Zine – Em 2009 vocês fizeram 1ª turnê européia da banda – “Enjoy Your Life and Grind Tour” – com um total de dezesseis shows em sete países (Portugal, Alemanha, Rep. Checa, Áustria, Eslovênia, Itália e França). Como foram esses shows?
BG – Essa turnê sem dúvida foi nossa maior realização como banda até o momento, pois sempre almejamos fazer uma turnê “na gringa”. Foi uma experiência muito interessante, em vários aspectos. À exceção entre o 1º e o 2º shows, que fomos de Portugal para a Alemanha de avião, nós viajamos mais de 8.000 km de van por países bem diferentes, o que nos possibilitou perceber as semelhanças e diferenças entre as cenas dos países, associados a suas respectivas culturas. A grande maioria dos shows foi promovido pela galera das cenas Punk/HC locais e rolaram em Squats (onde também ficávamos hospedados), assim como em alguns pubs ou pequenas casas de shows. O público variava de 10 a 300 pessoas, mas na maioria dos lugares éramos muito bem recebidos, com a galera muito simpática em interessada em conhecer mais sobre a banda e sobre o Brasil. Foi interessante também para perceber que o público Underground do mundo inteiro, apesar das diferentes culturas, é muito parecido e pensa de forma semelhante. No entanto, percebemos uma separação maior entre o Punk/HC e o Metal do que aqui no Brasil (a galera tem objetivos diferentes, embora amigáveis entre si). Aqui o Metal se confunde muito com o Punk no sentido de ter uma atitude de protesto, de contracultura, de ter uma mensagem, fazer a diferença, enquanto lá o Metal parecer ser apenas mais um estilo musical (talvez pelo fato de ser bem mais aceito pela mídia e população em geral). Como nosso estilo é meio “em cima do muro”, nos damos bem com os dois públicos. Outro fato é que na data de início dessa turnê eu e o George estávamos completando 20 anos de formação do Insanity (nossa 1ª banda) e, para comemorar essa data, no nosso 1º show (em Porto, Portugal) fizemos uma “jam” com o Fábio Andrey (vocalista original da Insanity), que está morando no Porto, tocando “Night of the Living Deads” (do álbum “Phobia”).

Comando Metal Zine - O Brasil esta virando um celeiro de bandas de GrindCore, temos vocês, Death Slam, No Sense, Facada, Expose Your Hate, Stomachal Corrosion ...
BG – Concordo plenamente! E fico feliz de ter sido parte do movimento que trouxe de volta o estilo no Brasil, o que estimulou as bandas a mostrar que Grindcore não é só barulho, demonstrando cada vez mais qualidade, o que tem sido reconhecido mundialmente.

Comando Metal Zine – As composições do S.O.H. são em inglês exceto Destruição do split Out of Progress vocês pensam em gravar mais musicas em nossa língua pátria?
BG – Sim, com certeza! Inclusive no nosso novo CD (que estamos gravando atualmente) há uma faixa cantada totalmente em português (“Miséria Sustentável”). Na verdade, apesar do inglês ser a língua principal das músicas do S.O.H., o HC sempre soou muito bem em português. E nada impede também de experimentarmos com outras línguas, como foi o caso do francês (em “L’Enfer”, do Deathmocracy) ou espanhol, alemão, italiano etc. É legal a idéia de nos expressarmos também em nossa língua mãe, assim como na língua de alguns países que visitamos ou temos contato.

Comando Metal Zine – Esse ano de 2012 é ano eleitoral. A letra da música Steamroll Democracy é um alerta sobre isso...
BG – Exatamente. Na verdade, a “Democracia de Rolo Compressor” (Steamroll Democracy) simboliza que, embora vivamos em uma “democracia”, o que vale é a vontade dos poderosos, que passam seu rolo compressor em cima de quem quer que seja para alcançar seus objetivos. Confesso que eleições sempre me deixam enojado. Com raríssimas exceções, não existem mais pessoas que desejem representar seu povo pelo bem coletivo. A grande maioria é um clube de mafiosos que só querem manter seu poder e continuar enriquecendo ilicitamente (ou alguns novos que querem entrar para o clube). O pior é que quando alguém bom chega lá em cima apodrece logo e se junta ao esquemão para não cair. Não há mais respeito pelo que é público, nem ética, nem dignidade. No estágio que chegamos, não sei nem se luta armada resolveria, pois logo iria começar tudo de novo.
Comando Metal Zine – As capas dos discos do S.O.H. sempre são marcantes, como vocês criam a concepção da capa?
BG – Todas as capas dos CDs foram criações do George. Passo a resposta pra ele.
GF – Como é o bruno quem escreve a maioria das letras, ele já me passa os nomes e discutimos sobre sugestões de títulos para o disco. Então pego uma ideia sugerida por alguma das letras e procuro desenvolver a identidade visual em cima disso. Tentando criar uma ligação com o título escolhido. Não há muito segredo, é tudo bastante espontâneo e particular. Pras capas de “Subversive By Nature” (primeiro disco da banda) e “ Out of Progress” (Split com a banda canadense Time Kills Everythink) trabalhei a parte gráfica depois de me passarem os títulos. Já em “Deathmocracy”, a capa foi criada antes de termos o nome pro disco. Não há uma regra.

Comando Metal Zine – Como estão as novas composições para o novo álbum tem, previsão para o lançamento?
BG – Estamos atualmente em estúdio gravando o novo CD (ainda estamos definindo o título). São 18 músicas novas e a linha musical basicamente é a de sempre do S.O.H.: algumas faixas mais Grind/Death, outras mais Hardcore. Na minha opinião, a veia Hardcore está um pouco mais forte dessa vez, ficando algo entre o “Deathmocracy” e o “Subversive...”. A previsão é lançá-lo até meados de outubro deste ano.
Comando Metal Zine – Em meio a gravação do novo disco os shows continuam rolando ...
BG – Na verdade, nos últimos seis meses estávamos ensaiando praticamente só para o CD, mas rolaram duas oportunidades de shows onde acabamos dando uma parada na pré-produção do CD. Mas desde o início de agosto estamos nos dedicando 100% à gravação.

Comando Metal Zine – Muito Obrigado !!! Espaço aberto para falar alguma coisa que faltou.
BG – Nós que agradecemos ao Comando Metal Zine pela oportunidade de falar mais sobre nossa música e nosso trabalho. Muito em breve nosso CD novo estará saindo e queremos divulgá-lo o máximo possível (aqui e no exterior). Assim, quem tiver interesse em shows do S.O.H, no nosso material ou mesmo quiser trocar uma idéia sobre a música, letras, etc., entrem em contato! (siegeofhate@yahoo.com.br ; www.facebook.com/siegeofhate ; www.myspace.com/siegeofhate) . ENJOY YOUR LIFE AND GRIND!!! 


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