terça-feira, 11 de junho de 2019

CORPSE GRINDER (2010)



A banda Mineira Corpse Grinder comemora 20 anos de estrada com o lançamento do DVD/CD “20 Years Grinding Corpses. Conversamos com Junior líder da banda. 

Comando Metal Zine –  O Corpse Grinder  está na cena desde 1987. O que mudou da época que vocês começaram para os dias de hoje e o que mais os deixam orgulhosos durante esses anos de carreira?
Junior: Mudou muita coisa, umas para melhor, outras para pior. O que melhorou muito é a facilidade de se arrumar materiais oficiais de tudo quanto é banda que você quiser, antigamente para se arrumar uma fita demo mal gravada de uma banda que você gostava dava o maior trabalho, mas justamente por essas dificuldades os bangers eram mais unidos e trocavam mais idéias para conseguirem mais materiais, hoje a facilidade que existe cada um liga seu computador, procura, acha, compra ou baixa o som que quiser, devido a essa facilidade eu sempre digo, que hoje o underground já não é tão underground como antigamente, porque antes quem tinha álbuns de metal, demos ou k-7 original, era porque gostava realmente e corria atrás mesmo, se você era um verdadeiro banger você tinha que correr atrás do som e hoje qualquer um tem som underground em casa, independente de ser ou não headbanger, por isto que existe muitos modistas atualmente.O que me deixa orgulhoso é viver todo esse tempo no underground e ver o tempo destruir os modistas, que vão desaparecendo uns e surgindo outros e estar firme no underground tocando nosso Death Metal simples, mas com honestidade e estar lançando nosso material comemorativo de 20 anos chamado “20 Years Grinding Corpses”,que será lançado pela Kill Again Records em Julho de 2009.


Comando Metal Zine – Quais as maiores dificuldades que a banda atravessou durante esses anos?

Junior: As mesmas que toda banda underground passou, como falta de equipamento, de técnica, de apoio e de informação, principalmente quando se trata de uma banda do interior, de uma cidade pequena.

Comando Metal Zine – A formação do Corpse Grinder, sofreu diversas alterações, como você lida com essas mudanças?
Junior: Nós sofremos mais alterações na bateria, pois o Rômulo, o baterista da formação original saiu da banda duas vezes, a primeira vez que ele saiu foi substituído pelo Evandro, que chegou a gravar uma demo ao vivo, a Live Tape 99 e depois saiu e o Rômulo retornou, gravou todos os álbuns que lançamos até hoje e saiu em 2008, sendo substituído pelo Kleber, que está na formação atual. Com guitarrista solo, houve somente uma troca, o Humberto saiu em 2005 e o Hélio entrou em seu lugar e está até hoje. Eu estou desde o início e o Flávio entrou na banda no início de 1990, quando gravamos a primeira demo oficial e praticamente também é considerado um membro original. Todas as alterações na formação foram feitas de forma amigáveis e todos que saíram da banda, saíram por vontade própria, ninguém nunca mandou ninguém embora, por isso ainda somos amigos dos ex-integrantes até hoje. Eu sempre lidei naturalmente com essas mudanças, porque não se pode fazer nada quando algum integrante resolve sair, eu simplesmente concordo com os motivos que o cara apresenta para sair da banda e em seguida eu e os outros integrantes vamos procurar um substituto, para a locomotiva Death Metal continuar funcionando a todo vapor.

Comando Metal Zine – Sabemos que viver só da banda é quase impossível, principalmente aqui no Brasil. Os integrantes tem trabalho paralelos?
Junior: Sim, nós todos temos trabalhos paralelos. É praticamente impossível viver só da banda no Brasil e ainda mais se tratando de uma banda de Death Metal. Viver só tocando Death Metal é coisa de paises como Suécia, Alemanha, Noruega, Holanda e outros paises europeus, a nossa realidade esta muito longe disso. Na nossa realidade o pouco tempo que sobra, nós procuramos dedicar o máximo possível nos ensaios e nos shows para a banda continuar sempre firme.    

Comando Metal Zine – Qual foi o melhor e o pior show do Corpse Grinder?

Junior: É difícil dizer qual foi o melhor, mas um dos melhores foi um show que fizemos em Cuiabá em abril de 2008, nós tocamos todas as músicas que estavam programadas e o público pediu mais e nós acabamos tocando mais 4 músicas, sendo que uma, a “Shadows Land”, nós repetimos no final, porque a galera pediu em coro e eu anunciei como “Shadows Land Again”. Já o pior show, também é difícil de dizer, mas um dos piores foi aqui em nossa cidade (Machado-MG) em 1991, quando ainda éramos um trio, foi em um  ginásio, nós fomos a ultima banda, tocamos umas duas ou três músicas e desligaram a aparelhagem e o público começou a xingar os organizadores e o pessoal do som, entrou polícia no meio, foi uma confusão total, mas felizmente muitos anos depois, no início dos anos 2000, rolaram muitos shows aqui em nossa cidade, que foram verdadeiras celebrações do underground, inclusive em um show aquí nós gravamos um cd demo ao vivo chamado “Underground Celebration Live 2003”.

  


Comando Metal Zine –  Hail To Death Metal Legion pode ser considerado o trabalho mais completo e maduro do Corpse Grinder?
Junior: Eu acho que sim, pois é o nosso material mais novo e com os erros cometidos nas gravações dos álbuns anteriores, nós aprendemos muito e adquirimos mais experiência.

Comando Metal Zine – Como esta sendo a repercussão do Cd?
Junior: Está muito boa, as críticas em zines, websites e revistas tem sido favoráveis.

Comando Metal Zine – Se não me engano os integrantes do Corpse Grinder não residem na mesma cidade. Como funciona os ensaios?
Junior: Sim, isso mesmo, eu, o Flávio e o Kleber moramos em Machado e o Hélio em Alfenas, mas nossas cidades ficam somente 33 Km uma da outra e nós ensaiamos quase todos finais de semana.

Comando Metal Zine – O que é ser “Real” na cena para você?

Junior: É você ter o Metal como parte da sua vida, da sua personalidade. Ser real é ter o Metal como um estilo de vida, é você ser headbanger a vida toda, independente de estar mais velho, ou estar casado com 1 ou 10 filhos, ou solteiro, cabeludo ou careca,rico ou pobre. O que importa é ter o metal no sangue e não ficar dando desculpas da vida particular, para explicar porque deixou de ouvir som. Eu acho que cada um deve fazer o que quiser de sua vida sem dar explicação para ninguém, mas acho que o Metal nunca deve ser tratado como moda, porque moda vai uma e vem outra, é uma coisa descartável e sem valor e o Metal é eterno para quem é real!

Comando Metal Zine – Qual o seu Cd de cabeceira?
Junior: Massacre – “From Beyond”. Sou fã deste álbum antes dele ser lançado, pois já conhecia quase todas as músicas da época das demos do Massacre, inclusive com o nome de uma delas “batizamos no sangue” nossa banda!



Comando Metal Zine – Valeu pela entrevista. Deixe um recado final para nossos leitores.
Junior:Agradeço muito pela oportunidade e aproveito para dar um recado aos reais headbangers, que nosso próximo lançamento, o DVD/CD “20 Years Grinding Corpses “,comemorando 20 anos de luta no underground, estará sendo lançado no próximo mês. Este é um material feito de headbanger para headbanger e esperamos contar com o apoio de todos adquirindo este nosso novo trabalho, que foi feito com muita luta em nome do verdadeiro Metal! Valeu!!!




ENTREVISTA FEITA EM 2010 NO COMANDO METAL 
ZINE Nº 04

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