Sin Dios - Ingobernables
Quando comecei a me interessar pela cultura underground e
pela música agressiva, lá pela primeira metade da década de 1990, via e ouvia
tudo aquilo como uma ruptura com o marasmo e todo o lixo que estava ao redor.
Era uma revolta. Um ato de rebeldia. Imaginava que as bandas eram formadas por caras
que eram radicalmente contra o sistema opressor, contra o capitalismo, contra a
demência religiosa... Mas daí fui crescendo e vendo que num era bem assim.
Tinha muita pose, muita estratégia de marketing pra vender disco, muita
fanfarronice direitista e fuleragem de playboizinho metido a malvado no meio
daquilo tudo. Mesmo sendo um grande fã de música (música pesada no caso),
comecei a perceber que a música pela música não dizia muita coisa, pelo menos
pra mim. Afinal música e banda têm a rodo. Naturalmente fui indo ao encontro do
som que falava do que eu me identificava, que falava da luta do povo pobre, da
revolta da periferia: o PUNK, mais especificamente o ANARCO-PUNK.
Foi neste contexto que conheci a banda espanhola SIN
DIOS (“sem deus” em português). Banda hoje veterana, formada por
militantes anarquistas ligados à CNT (Confederación
Nacional del Trabajo), não foi, obviamente, encontrada por mim nas
páginas das rock-magazines, nas ondas dos programas de rock nas rádios FM nem
nos programas de clipes de rock na MTV. Conheci a banda graças ao seu histórico
de militância, numa matéria de um jornal Antifascista feito por companheiros de
São Paulo, e rapidamente fui atrás dos discos. Pancadaria pura. Sem deus, sem
pátria, sem patrão! Sem contratos com gravadoras da moda.
Da discografia dos caras o meu preferido é este “INGOBERNABLES”,
nome que exprime bem o sentimento e desejo do povo das periferias de qualquer
lugar do mundo. O som é a velha e foderosa receita Crossover,
mistura de HC com Metal, enquanto as letras
versam sobre a fúria, os sonhos e a luta popular. “No te Rindas”
incentiva a fantástica faixa de abertura, que é seguida por um ataque
fulminante às estruturas conservadoras e autoritárias da ditadura global
capitalista. Denúncias contra a força policial unificada da Europa em “Europol”
e às políticas neo-nazistas de controle populacional em “Política de
Población”. A afirmação Antifascista em “Intolerantes”,
onde a banda responde às críticas feitas pela mídia aos grupos Anarquistas por
seu combate contra a escória fasci e burguesa. Afirmam sua (minha também)
convicção libertária em “Revolución Social”, e todas as outras
faixas seguem o mesmo altíssimo nível de combatividade e pancadaria.
O disco é pra ser escutado direto, tanto como música quanto
fortalecimento do espírito guerreiro, por trabalhadores, rebeldes,
inconformados e lutadores das periferias. Especialmente indicado para aqueles e
aquelas que acreditam que Underground não é vestir roupinhas pretas transadas,
comprar disquinhos caros e fazer cara-de-mau nos picos da moda. VIVA A
ANARQUIA!
Tiago Madureira – Vocalista Ossários,
Pantanu e Surfista de Esgoto
Ano de
Lançamento: 2000
Faixas:
1.- No te rindas
2.- Europol
3.- Ingobernables
4.- T.P.I.
5.- O.T.A.N. no
6.- Revolución social
7.- EEUUropa
8.- Scala "crimen de estado"
9.- Nuevas tecnologías
10.- Intolerantes
11.- Vasallos
12.- Política de población
2.- Europol
3.- Ingobernables
4.- T.P.I.
5.- O.T.A.N. no
6.- Revolución social
7.- EEUUropa
8.- Scala "crimen de estado"
9.- Nuevas tecnologías
10.- Intolerantes
11.- Vasallos
12.- Política de población
Formação:
Pepe,
guitarra e voz
Canino
batería e coros,
Pepino baixo
e voz
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